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Reunião na CBF define maior poder para os clubes em Conselho Técnico

Mudança no estatuto, que será votada quinta-feira, dará autonomia na organização das competições. Limitação de mandato e eleição de vices também estão na pauta

Data: 08/06/2015 - Por: Mudança no estatuto, que será votada quinta-feira, dará autonomia na organização das competições. Limitação de mandato e eleição de vices também estão na pauta


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Os clubes da Série A do Brasileirão deixaram a reunião na sede da CBF, nesta segunda-feira, satisfeitos. Em evento com a participação do presidente Marco Polo Del Nero, onde o Corinthians foi o único ausente, ficou estipulado que eles terão maior autonomia da organização das competições daqui para frente, com poder de decisão no Conselho Técnico. A mudança no estatuto da confederação será votada em assembleia na próxima quinta-feira e a tendência é de aprovação. A limitação de mandato, com apenas uma reeleição, e uma nova forma de escolha de vice-presidentes também estarão na pauta.  

Confira vídeo no link abaixo:

http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2015/06/reuniao-na-cbf-define-maior-poder-para-os-clubes-em-conselho-tecnico.html

Walter Feldman CBF (Foto: Vicente Seda / GloboEsporte.com)Walter Feldman, secretário-geral da CBF, em encontro no Rio (Vicente Seda / GloboEsporte.com)

Outro ponto de discussão no encontro foi Medida Provisória 671 - conhecida como MP do Futebol ou Profut -, que renegocia as dívidas dos clubes com a União, estimadas em R$ 4 bilhões, em troca de contrapartidas. Uma nova reunião está marcada para sexta-feira, também com os 20 participantes da Série A, para tratar exclusivamente deste assunto. No evento desta segunda, ficou decidido ainda a criação de uma comissão permanente dos clubes, composta por Atlético-MG, Atlético-PR, Flamengo, Vasco, Coritiba, Grêmio, Corinthians, Sport e Santos.  

Presidente do Vasco, Eurico Miranda celebrou alteração no Conselho Técnico e revelou que cada série do Brasileirão terá um grupo formado por seus participantes:  

- A maior conquista, no meu entendimento, é o fortalecimento do Conselho Técnico. Tem um dispositivo no estatuto que o Conselho Técnico trata da organização, preço de ingresso, mas tem um adendo, que diz: sujeito a aprovação da CBF. Isso vai ser retirado. O Conselho Técnico vai poder decidir. Não sei porque tem esse negócio de ser liga ou não. Os clubes que decidem e não interessa se é liga, pinga ou diga. Não é preciso criar uma associação paralela. São clubes com voto igualitário.

O vascaíno falou ainda das explicações dadas por Del Nero a respeito das acusações levaram seu antecessor, José Maria Marin, para cadeia, na Suíça. Nesta terça-feira, enquanto os clubes participam de uma reunião no senado, o presidente da CBF também irá a Brasília para prestar esclarecimentos na câmara dos deputados sobre o escândalo de corrupção na Fifa.   

- Ele fez o relatório do que se passou e que está pronto para apresentar quando for convocado. Vai apresentar toda documentação necessária. Eu não senti nenhuma intenção disso (renúncia) - disse Eurico.

O presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, tratou a mudança no estatuto como um primeiro passo para criação de uma liga para gerir o futebol no Brasil futuramente.  

- Com isso, os clubes passam a ter o comando total da disputa do campeonato. É um embrião da liga, um começo. É um degrau intermediário. Fórmula, tabela, horário, regulamento, arbitragem, tudo. Tudo os clubes passam a fazer. Podemos mudar toda estrutura do futebol brasileiro. Depois da mudança do estatuto, o Conselho Técnico vai se reunir para começar a projetar o campeonato de 2016. Por conta do estatuto do torcedor, qualquer eventual mudança só acontecerá a partir de 2017 ou 2018.

Eurico Miranda encontro CBF (Foto: Vicente Seda / GloboEsporte.com)Eurico Miranda durante encontro nesta segunda, na CBF (Foto: Vicente Seda / GloboEsporte.com)

Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo, foi outro que comemorou o fato de os clubes terem maior poder no Conselho Técnico. O rubro-negro, por sua vez, demonstrou estar mais preocupado com a questão da MP.  

- (O Conselho Técnico) É para definir todos os detalhes que dizem respeito aos aspectos técnicos dos campeonatos. Neste sentido, os clubes vão ter um maior poder. É uma valorização dos clubes, mas 90% do tempo foi para falarmos da MP 671. A questão de liga não foi discutida e não é o caso.  

Secretário-geral da CBF, Walter Feldman ironizou qualquer relação que a mudança do estatuto com a criação de uma liga. De acordo com o dirigente, os clubes, que passam a ter maior autonomia na organização de campeonatos, sempre tiveram livre acesso na gestão Del Nero.  

- Essa ideia da liga é uma coisa mística e mágica, como se tudo fosse ficar lindo, salvador. Na cultura brasileira, não é esse o fato. A CBF hoje é uma estrutura aberta, com intensa participação dos clubes.  

Feldman se mostrou ainda favorável a alterações no processo eleitoral da entidade. A limitação de mandato para somente uma reeleição está na pauta da assembleia de quinta e a tendência é que o processo de escolha dos vices também.  

- É necessário criarmos um mecanismo estável para que o vice seja escolhido pelos próprios vices no caso da substituição. Essa coisa de decano, do mais velho, é uma ideia do passado e nos remete até a ditadura militar. É um processo de modernização. A mudança é sempre bem-vinda.  

Atualmente, não há restrição para reeleições e a CBF conta com cinco vice-presidentes, que representam cada região do Brasil. O grupo, capitaneado por Del Nero, assumiu a CBF em abril deste ano.

 







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