Ofício enviado pelo Sindessmat, que representa estabelecimentos de saúde privada no Estado aponta que profissionais da linha de frente de algumas entidades ainda não receberam a primeira dose de imunização

O Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Mato Grosso (Sindessmat) enviou ofício à Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá em que solicita a participação da entidade na discussão sobre os critérios que definem a aplicação da vacina na Capital. No documento, protocolizado na última quinta-feira (28.01), o sindicato destaca que algumas unidades associadas relatam que nenhum de seus profissionais foi vacinado e em outros casos a quantidade de doses é insuficiente para atender os profissionais que estão na linha de frente. O Sindessmat também pede informações sobre o plano de imunização nas entidades privadas.

A preocupação do Sindessmat em relação à vacinação dos profissionais de saúde se justifica pelo aumento nos números de novos casos de Covid-19, bem como o aumento da taxa de ocupação das Unidades de Terapia Intensiva nos hospitais particulares, que na última semana atingiu 86,5%. Nesta segunda-feira (01.02), a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT), notificou 1.003 novas confirmações de casos de coronavírus no Estado, chegando a 218.023 casos e 5.154 óbitos em decorrência da doença, só em Cuiabá são 46.970 casos.

“Entendemos que o número de doses nesta primeira remessa é pequena, mas em casos específicos, como no Hospital Ortopédico, nenhum profissional recebeu a imunização. E em outros estabelecimentos a quantidade disponibilizada foi insuficiente para atender a demanda dos profissionais que estão na linha de frente do combate à pandemia”, explica a diretora executiva do Sindessmat, Patrícia West.

O ofício revela ainda que empresas como laboratórios de análises clínicas e de imagem que atendem frequentemente pacientes infectados pela Covid-19 também não foram contemplados com a vacinação. No total, Cuiabá recebeu 17.687 doses de vacinas destinadas aos profissionais da Saúde, quantia suficiente para atendimento de 75,7% da demanda (que é de 23.371 profissionais).

“Como representante do setor privado de saúde, nossa intenção é participar mais ativamente dessa discussão, para entender como está sendo o critério para a distribuição das vacinas e também de ajudar com informações sobre os profissionais de saúde da Capital. Podemos contribuir com o levantamento de todos os profissionais que estão atuando na linha de frente nas unidades para que a Secretaria tenha as informações também do setor privado, e com esses dados possa traçar a melhor estratégia para imunização deste grupo”, pontuou.

Ainda com o intuito de colaborar, as entidades privadas se colocam à disposição para apoiar a imunização da população, em cooperação e complemento ao serviço prestado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).