No Dia do Turista, celebrado em 13 de junho, o Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), ressalta a importância do turista como protagonista na conservação ambiental, na valorização das comunidades locais e no fortalecimento da economia sustentável através do ecoturismo.
Reconhecido como o principal segmento turístico do estado, o ecoturismo está presente em mais de 25 municípios e se beneficia da diversidade dos três grandes biomas brasileiros: Pantanal, Cerrado e Amazônia. Essa riqueza natural faz de Mato Grosso um dos destinos mais procurados do país para quem busca experiências em meio à natureza.
O impacto positivo vai além das belezas naturais. Entre janeiro e novembro de 2024, o setor turístico gerou 3.023 empregos com carteira assinada — um crescimento de 27,4% em relação ao ano anterior. Já no cenário internacional, o estado registrou aumento de 19,07% na entrada direta de estrangeiros, número ainda maior ao se considerar turistas que chegam por vias alternativas, como aviões particulares, uma prática comum em Mato Grosso, que está entre os três estados com maior frota de aviação executiva do Brasil.
A secretária adjunta de Turismo da Sedec, Maria Letícia Costa, destaca o potencial da natureza mato-grossense.
“Dividimos o estado em polos para melhor organizar a promoção turística: Pantanal, Cerrado, Amazônia e Araguaia. Cada um oferece experiências únicas, como safáris, flutuação, pesca esportiva e turismo de aventura, o que consolida o ecoturismo como motor do setor no estado”, afirma.
Dentre os atrativos do ecoturismo, o turismo de observação tem se destacado pela conexão direta com a biodiversidade e seu papel educativo. A observação de aves (birdwatching) e de onças-pintadas são os principais destaques em Mato Grosso.
Birdwatching em expansão
Mato Grosso é referência nacional na observação de aves. Segundo a plataforma eBird, o estado abriga 909 espécies – mais da metade do total registrado no Brasil. No Global Big Day 2025, o estado ficou em 2º lugar nacional, com 760 espécies registradas.
Poconé é o principal destino desse tipo de turismo, atraindo mais de 27% dos observadores. Julho e agosto são os meses de maior movimento, com visitantes vindos, principalmente, do Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, Espanha e Argentina.
Entre as aves mais procuradas estão o tuiuiú, arara-azul, socó-boi e mutum-de-penacho. A prática cresce cerca de 12% ao ano globalmente, movimentando bilhões de dólares — nos Estados Unidos, por exemplo, ultrapassa US$ 40 bilhões por ano.
Para atender essa demanda, a Secretaria Adjunta de Turismo desenvolveu neste ano um plano de capacitação de guias especializados, em parceria com prefeituras interessadas. O turismo de observação também gera dados importantes para pesquisas científicas e políticas públicas de preservação, além de promover desenvolvimento econômico em regiões anteriormente fora do radar turístico.
Outro destaque é a observação de onças-pintadas no Pantanal, especialmente entre os meses de julho e setembro, quando a seca facilita a visualização dos felinos nas margens dos rios.
Com o objetivo de promover internacionalmente esse atrativo, o Governo de Mato Grosso, a Embratur e o Sebrae organizaram um famtour em maio de 2025 com operadoras de turismo da América do Norte. A iniciativa visitou locais como a Fazenda Maués, a Baía de Siá Mariana e pontos culturais como o Museu da Viola de Cocho, buscando inserir o Pantanal na rota global do turismo de safári.
A presença do turista ecológico colabora diretamente com a proteção das áreas naturais, impulsiona a economia local e fortalece iniciativas de turismo sustentável. A produção audiovisual também tem reforçado essa visibilidade. Com investimento de R$ 3,5 milhões do Governo do Estado, está em fase de finalização o documentário “Marcha das Onças”, dirigido por Lawrence Wahba e Mike Bueno, com supervisão de Emmanuel Priou — mesmo cineasta de “A Marcha dos Pinguins”, vencedor do Oscar.
O filme conta a história das onças Jaju, Âmbar e Marcela no Parque Estadual Encontro das Águas e promete impactar o público internacional com a beleza do Pantanal e seu ecossistema.
Segundo Maria Letícia Costa, o perfil do turista consciente tem impacto direto na preservação dos biomas e na geração de renda para as comunidades locais.
“Quando o visitante valoriza a natureza, ele contribui para manter o ambiente saudável e sustentável. Isso fortalece o sentimento de pertencimento da população e incentiva boas práticas de conservação”, explica.
A secretária adjunta também aponta o potencial de integração entre o ecoturismo e outros segmentos em crescimento.
“Mato Grosso pode aliar o turismo de negócios com o turismo de natureza. Muitas pessoas que vêm a trabalho também buscam experiências de lazer ligadas à biodiversidade, o que impulsiona ainda mais o setor”, observa.
Por fim, ela reforça que o turismo sustentável tem se mostrado uma ferramenta poderosa de desenvolvimento regional.
“Por meio da qualificação de mão de obra, do envolvimento das comunidades e do apoio às iniciativas locais, o ecoturismo promove inclusão socioeconômica e valoriza a identidade cultural das regiões”, conclui.