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MATO-GROSSENSE

Servidor público cumpre promessa e pedala de Cuiabá ao Santuário de Aparecida

Edinho pedalou de Cuiabá ao Santuário Nacional de Nossa Senhora de Aparecida, em São Paulo

Data: 26/05/2022 - Por: Da Redação


ESSA NOTÍCIA É UM OFERECIMENTO:


   Crédito Foto: Arquivo Pessoal

 O servidor da Secretaria de Gestão de Pessoas da Assembleia Legislativa, Edson José Oliveira das Neves, conhecido por Edinho, de 49 anos, tinha um sonho de pedalar fora do estado de Mato Grosso. Com o passar do tempo, a imaginação começou a ganhar força e se tornou realidade quando resolveu pagar uma promessa de viajar pedalando com uma bike de Cuiabá até ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida (SP), perfazendo um total de 1.925 quilômetros. Nessa  quarta (25), exatos 17h26 minutos chegou ao seu destino.

No dia 07 deste mês, às 2 horas da manhã, Edinho deu início a sua maratona, ao lado do amigo Wanderley de Lima Dias, o Wanderley Mãozinha, 59 anos, que perdeu as duas mãos após uma descarga elétrica, alguns anos atrás.
 
A dupla chegou a pedalar em alguns dias quando o clima ajudou, em média 230 km por dia. “Para mim, essa experiência foi um novo desafio na minha vida, porque nunca pedalei mais do que 200 quilômetros por dia em linha reta. Foi uma experiência fantástica de muita superação física e mental”, destacou ele.
 
Vale destacar que, para realizar seu sonho, o ciclista contou com apoio do deputado Max Russi, parentes, amigos e de alguns colegas ciclistas. “Essa ajuda foi para hospedagem durante o percurso, que começou em Juscimeira, depois Campo Grande (MS) e outras cidades. Dormimos em barraca por quatro noites, mas devido ao frio intenso foi impossível permanecer nelas e alguns colegas se sensibilizaram e nos ajudaram algumas noites”, afirmou Edinho.
 
Foram 18 dias e noites de pedaladas e desafio vencido. “Missão cumprida, pagamos a promessa. Chegamos aqui em Aparecida e a alegria é enorme”, disse Edinho. “Não estamos cansados, mas muito felizes”, comentou ele.
 
De acordo com Edinho, antes de iniciar a viagem, os dois ciclistas traçaram uma programação com roteiro e alimentação, até chegar à Aparecida entre 15 a 20 dias, porém, com as péssimas condições climáticas, onde os termômetros chegaram a marcar 3 graus, eles prorrogaram a chegada para o dia 25 deste mês somando mais dois dias.
 
“Quando entramos no Estado de São Paulo a temperatura nos castigou bastante, mas com ajuda dos amigos e rodovias em boas condições, conseguimos fazer o trajeto planejado”, afirmou.
 
Antes do destino final, os dois ciclistas aproveitaram a oportunidade para visitar parentes de Wanderley em Campinas, de onde falaram conosco. “Aproveitamos e ficamos por dois dias aqui (Campinas, SP) para o “Mãozinha” curtir a mãe e a irmã dele que moram aqui. Fizemos um passeio na cidade e depois partimos para Aparecida. Fomos muito bem acolhidos por onde passamos. Graças a Deus a viagem foi maravilhosa”, disse.
 
Início
 
Para realizar o sonho os dois ciclistas iniciaram o percurso de madrugada, pedalando com bikes MTB por cerca de 160 km quando aconteceu a primeira parada em Juscimeira, onde pernoitaram na casa de conhecidos.
 
“Uma sensação gostosa. Dormimos na maioria das vezes em barraca nos postos de combustíveis, casas de amigos e algumas vezes em hotel”, revelou Edinho.
 
Na primeira parte da viagem, Edinho disse que foi bastante tranquilo, e recebeu ajuda de amigos, parentes e ciclistas. As bikes, segundo ele, colaboraram bastante não necessitando de mão de obra nenhuma para reparos.
 
“Graças a Deus fizemos uma excelente viagem, muito tranquila e contamos com ajuda de amigos e conhecidos para pouso e alimentação. A maior dificuldade que tivemos foi com o frio, pois chegamos a enfrentar temperaturas de até 3 graus centígrados. Isso dificultou a gente, porque podíamos andar mais um pouco, mas devido ao vento gelado precisávamos parar antes do previsto e ainda atrapalhava acordar cedo também”, revelou ele.
 
Após o primeiro dia de viagem quando percorreram 160 km, os ciclistas seguiram até Coxim (MS) num trecho de 285 km quando pernoitaram.
 
“Durante todo o percurso fizemos cotidianamente três refeições reforçadas por dia. Além disso, nesse intervalo entre as refeições, também bebemos muita água e alimentamos com doces, como paçoquinha, bananinha, rapadura e produtos com carboidratos em cima das bicicletas”, falou Edinho.
 
Na terça (17), eles chegaram a Birigui (SP) e dormiram, para no dia seguinte seguirem viagem à Aparecida. O destino de chegada ainda tinha pela frente mais 723 km pelas rodovias Marechal Cândido Rondon, Anhanguera, Dom Pedro e Dutra.
Companheirismo
 
Nos passeios por cidades de Mato Grosso, Edinho conheceu o amigo e ciclista Wanderley Mãozinha, que perdeu as duas mãos após sofrer uma descarga elétrica que resultou na amputação dos seus dois antebraços.
 
O morador de Várzea Grande ficou sem as mãos depois de sofrer um acidente de trabalho no dia 23 de setembro de 2004, enquanto instalava um ar-condicionado recebeu uma descarga elétrica de um fio de alta tensão.
 
A bicicleta de Wanderley foi adaptada para apoiar seus braços. Ela também é composta por freios e marchas que facilitam a sua mobilidade.
 
“Os incentivos por meio de mensagens de amigos e parentes nas redes sociais e de pessoas ao longo do percurso davam ânimo e força para enfrentar a cada dia o desafio”, destacou Mãozinha.
 
Porque Aparecida
 
Um dos templos católicos mais famosos do mundo, sendo o segundo maior, atrás apenas da Basílica de São Pedro, localizada no Vaticano, está no Brasil, mais precisamente em São Paulo.
Dedicado à Virgem Maria, esse local é o destino de muitos turistas, mas há muitas dúvidas ainda acerca de como ir para Aparecida, visto que há caminhos e meios de transporte diferentes. “Quando chegamos, senti uma força positiva muito grande. Não dá para explicar, apenas sentir o momento”, explicou.
 
Nesta semana, os ciclistas Edinho e Mãozinha realizaram o sonho de visitar a Basílica de Nossa Senhora Aparecida. O destino de chegar pedalando foi cumprido.
 
“O trajeto teve superação, deixou lembranças e permitiu conhecer um pouco de cada cultura e crença. Católico ou não, viajar para o maior templo mariano do mundo, definitivamente, proporcionou vivência única. O caminho foi longo, mas valeu a pena, foi superação de limites, tanto emocional quanto físico”, concluiu Edinho.
 







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