Cuiabá , MT -
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O Mixto Esporte Clube completa neste 20 de maio 86 anos de conquistas e tradição. O clube quase centenário, cresceu acompanhando a transformação de Cuiabá de uma acanhada cidade do início do século XX para a moderna metrópole de hoje. O Mixto é o clube do sotaque e da culinária cuiabana. A agremiação esportiva que mais representa nossa cultura.
De longe, é o mais vitorioso que os gramados mato-grossenses já presenciaram. São 24 conquistas de campeonatos estaduais, dentre os quais, o exclusivo tetracampeonato de 1954 e 1982. Ficou conhecido como o Tigre da Vargas, resquício de sua antiga sede erguida com contribuições voluntárias, e que se localizava na principal avenida da Cuiabá. A sede foi vendida, em um episódio que dói até hoje para todo mixtense que viveu ali carnavais cuiabanos e intermináveis festas populares.
O campeão dos 250 anos de Cuiabá foi também o primeiro mato-grossense a vencer uma competição nacional, o Centro Oeste de 1976. Das várias participações na elite do futebol brasileiro, fez jogos memoráveis como a vitória por 1 a 0 contra o Vasco da Gama no Campeonato Nacional de 1976, quando o craque Adavilson Pelezinho marcou um belíssimo gol olímpico nos minutos finais da partida. Ou na goleada mixtense por 4 a 2 em cima do Cruzeiro pelo Campeonato Brasileiro de 1982, com o craque Tostão destruindo o time mineiro com três gols na partida. Ou o histórico duelo entre Mixto e Operário de Várzea Grande valendo vaga para o Campeonato Brasileiro de 1976, o duelo anunciado como “quem vai para o Nacional”? A vaga ficou com o Mais Querido. O destino ainda colocou Mixto e Operário VG em outro embate histórico, em 1979 pelo Campeonato Brasileiro, com vitória do Tigre por 4 a 3.
O Branco e Preto reinou no antigo Estádio do Comércio (hoje campo do Liceu Cuiabano), no Estádio Presidente Dutra e no Estádio Verdão. Levou os maiores públicos que o futebol regional já presenciou. E inaugurou a Arena Pantanal, no empate contra o Santos pela Copa do Brasil de 2014.
Mas, as últimas três décadas têm sido de dificuldade. Após o título de 1989, o Tigre ganhou apenas dois Estaduais, o de 1996 e o de 2008. Este último conquistado na raça, contra o poderio econômico do agronegócio que despejava dinheiro no União de Rondonópolis. Nos últimos 30 anos perdemos a sede na Getúlio Vargas, a Vila Olímpica na estrada da Chapada e acumulamos dívidas que passaram a ser o grande obstáculo para o clube.
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Equipe campeã em 2008, quanto o Mixto levantou o caneco do Estadual pela última vez.
Na tentativa de reerguer, o Mixto amargou sofridas eliminações. Como a vitória de 4x2 contra o América-AM pela Série D de 2010, mas sem classificação para decidir o acesso à Série C, pois perdemos no placar agregado. Ou o vice-campeonato mato-grossense de 2013 com a doída perda nos pênaltis para o Cuiabá. Ou a recente virada sofrida para a Chapecoense, nos minutos finais da segunda fase da Copa do Brasil de 2019, deixando escapar cifras milionárias.
Grande parte do torcedor se afastou do estádio, acostumado a ver grandes times do Mixto em campo, parecem estar em stand-by, aguardando o ressurgimento do poderoso Mixto de Cuiabá com sua imponente faixa diagonal no peito. Contraditoriamente, dos poucos que seguem religiosamente indo aos estádios, com derrota ou sem conquistas, destaca-se a grande quantidade de jovens e a aguerrida Torcida Boca Suja. Essa voz da arquibancada indica que existe um futuro.
O Mixto caiu para a Segunda Divisão do Estadual, não tem patrocínio e parece ter chegado ao fundo poço. Mas grandes equipes passaram por crises que pareciam terminais, superaram e voltaram à glória. Os problemas, sejam eles de natureza contábil, jurídica ou econômica precisam ser resolvidos pelos dirigentes do clube. É o que o mixtense espera. O torcedor só quer torcer, mas precisa do Mixto em campo.
Voltar para Série D e ter um calendário, é o grande sonho do momento. Conquistar o inédito título de campeão estadual na Arena e voltar a vibrar nas arquibancadas do Dutrinha, a verdadeira casa mixtense. E porque não, sonhar em um dia voltar para onde estivemos por muito tempo, na elite do futebol nacional. O papel do torcedor é sonhar, torcer e cobrar resultados. O papel dos dirigentes é resolver os problemas e remover os obstáculos. Aquele clube de mulheres e homens idealizado por Zulmira Canavarros em 1930 pede atenção!
Viva os 86 anos do Mixto!
#oMaisQueridodeMT #Mixto86anos
A HISTÓRIA DO TIGRE!
A história do Mixto Esporte Clube se confunde com a história de Cuiabá no século passado, sendo parte das tradicionais marchas carnavalescas e festas populares. O Mixto se tornou o orgulho dos cuiabanos, levando o nome da cidade por vários cantos do Brasil até os dias de hoje. Fortificando-se como o clube das massas, do sotaque, da culinária, das crenças e do modo de vida do cuiabano.
Dia 20 de maio de 1934, na Rua Sete de Setembro no centro de Cuiabá, quase em frente a Igreja Senhor dos Passos, mais especificamente na antiga Livraria Pepe (um casarão construído em estilo colonial e tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) é fundado o ‘Mixto Sport Club’ (Assim era a grafia original do nome do clube).
Reunidos neste casarão, Maria Malhado, Gastão de Matos, Naly Hugueney de Siqueira, Avelino Hugueney de Siqueira (maninho) e Zulmira Dandrade Canavarros decidiram fundar um clube esportivo, mas estavam determinados que ele fosse diferente: um clube que reunisse homens e mulheres para o entretenimento cultural e esportivo, algo incomum para a época, na qual os clubes esportivos eram majoritariamente para homens. A fundação do Mixto ocorreu para organizar um time de volei que pudesse enfrentar a poderosa equipe do bosque, que mantinha supremacia nesse esporte em Cuiabá. Como na época era muito difícil formar um sexteto de volei dentre os homens na capital mato-grossense, o MIxto reuniu quatro homens e duas mulheres no mesmo sexteto e isso facilitou a discussão sobre que nome dar a esse clube. Daí ter nasdido o Mixto, com x mesmo, pois essa era a nomenclatura da época.
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Equipe campeã em 1947
Dois outros clubes influenciaram na criação do Mixto E.C., o Clube Esportivo Feminino (dedicado a discussões e saraus sobre a literatura mato-grossense, brasileira e europeia) e o Clube Esporte Pelote (liderado por Nali Hugueney e também por Zulmira Canavarros).
O Pelote era um time de vôlei feminino que funcionava numa quadra de esportes no bairro da Boa Morte, próximo à antiga sede do Mixto, entre as ruas Cândido Mariano e Campo Grande. Ao final dos jogos de vôlei, eram realizados no mesmo local bailes tradicionais, que continuaram como tradição na vida do clube alvinegro. Já o Clube Esportivo Feminino foi fundado em 1928 pela professora Zulmira Canavarros, que liderando um grupo de moças cuiabanas criou um clube para recreação, esporte e cultura. Após a fundação do Mixto ambos se separaram em suas trajetórias, tornando assim o Mixto um clube centrado no lazer esportivo e o Clube feminino no lazer cultural. O Clube Feminino possui sua sede na Rua Barão de Melgaço, esquina com a rua Campo Grande, próximo à antiga sede do Mixto, num casarão tombado pelo Patrimônio Histórico de MT.
Nas origens do Mixto uma mescla de cultura, tradições regionais e esportes praticados por homens e mulheres. Assim começa o legado do Mais Querido. Em 1937, já com a paricipação de Ranulpho Paes de Barros é fundado o futebol do Mixto, que naquele mesmo ano já conquistava seu primeiro, dos 25 títulos estaduais que possui. Além de ser o maior papa títulos no futebol de Mato Grosso. O Mixto ostenta hoje em sua camisa duas estrelas amarelas que significam as maiores conquistas do clube, além dos campeonatos estaduais. Em 1969, o Mixto foi o campeão dos 250 anos de Cuiabá e em 1976 foi o primeiro e único campeão do Centro Oeste brasileiro. Esse torneio nunca mais foi disputado. (Com informações: Mixto.Net e Mixto.EC)