Cuiabá , MT -
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O projeto inicial previa um investimento inferior a R$ 400 milhões. Porém, o valor final chegou a R$ 644 milhões
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Crédito:
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras da Copa, deputado Oscar Bezerra (PSB), afirmou que há “irregularidades explícitas” nos aditivos das obras da Arena Pantanal. O estádio, que substituiu o antigo Estádio José Fragelli (Verdão), em Cuiabá, foi construído pelo Consórcio Santa Bárbara/Mendes Júnior e serviu de palco para quatro jogos da Copa do Mundo de 2014.
O projeto inicial previa um investimento inferior a R$ 400 milhões. Porém, o valor final chegou a R$ 644 milhões. Segundo Oscar Bezerra, o aumento em mais de 100% ao valor inicial é considerado ilegal.
“Os aditivos são exemplos de irregularidades. A lei permite 25% de aditivo e, no caso da obra da Arena, são quase 100% a mais do que foi orçado inicialmente. A obra do estádio custaria pouco mais de R$ 300 milhões e foi para mais de R$ 700 milhões”, afirmou.
Um dos motivos que elevaram os valores, de acordo com o parlamentar, foi o fato de a então Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) utilizar a Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Comunicações (CPqD) para subdividir processos licitatórios da Arena Pantanal. A medida, segundo o deputado, elevou o valor total da obra.
“O projeto original da Arena, desenvolvido pela GCP Arquitetura, previa todos os itens, mas houve subdivisão do que estava previsto para instalações, que englobam desde comunicações até serviços básicos, como de água potável. Essa subdivisão fez com que o valor, previsto para estes itens em torno de R$ 60 milhões, subisse para R$ 174 milhões”, disse o deputado.
Para o presidente da CPI, a Arena Pantanal deve se tornar um “elefante branco” para o Estado. Uma das saídas, segundo ele, seria a terceirização do empreendimento.
“Vamos ter que sugerir a terceirização. Porque a obra vai se transformar em um elefante branco em Cuiabá. E o Estado tendo que gastar R$ 700 mil mês com a manutenção do estádio. Fica difícil manter uma estrutura dessas”, afirmou.
“Então, é óbvio que uma terceirização, uma PPP [Parceria Público-Privada], seriam os caminhos. Mas quem vai se dispor a tocar a Arena com uma despesa dessas? Somente se todos os eventos de Cuiabá forem para a Arena Pantanal para ficar viável. Então, é outro problema para o Governo”, completou Oscar Bezerra.