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Além disso, a promotoria não descartou a possibilidade de estender as investigações a outros integrantes de órgãos internos do Timão, como o Conselho de Orientação (CORI), o Conselho Fiscal e a própria diretoria financeira
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Crédito: Divulgação
O Ministério Público de São Paulo apresentou nesta quarta-feira denúncia contra o ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, e o superintendente financeiro Roberto Gavioli, por gastos irregulares realizados com cartões corporativos do clube. A promotoria também não descarta investigar outros integrantes de órgãos internos do Timão, incluindo o Conselho de Orientação (CORI), o Conselho Fiscal e a diretoria financeira.
Sanchez e Gavioli foram denunciados pelos crimes de apropriação indébita agravada continuada, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos tributários, supostamente cometidos durante o mandato do ex-presidente, entre 2018 e 2020.
Os gastos irregulares levantados pelo MP-SP totalizam R$ 480 mil, valor que deve ser ressarcido pelos denunciados. Além disso, cada um terá que pagar R$ 360 mil por danos morais e materiais ao clube, correspondendo a 75% do montante irregular, já acrescido de juros e correção monetária.
O caso gera questionamentos sobre a atuação dos órgãos de fiscalização interna do clube. Na época, tanto o Conselho Fiscal quanto o Conselho de Orientação aprovaram as prestações de contas do Corinthians sem identificar irregularidades, mesmo com os gastos investigados pelo MP.
Diante disso, o Conselho Deliberativo do clube instaurou um processo administrativo para apurar possíveis responsabilidades de conselheiros e membros da diretoria financeira que deveriam supervisionar as contas e não o fizeram, incluindo a realização de oitivas com alguns conselheiros.
Por enquanto, os membros do Conselho Fiscal, do CORI e da diretoria financeira da gestão de Andrés Sanchez só podem ser julgados internamente, pelas instâncias estatuárias do Corinthians. No entanto, caso o Ministério Público decida denunciá-los, eles também poderão responder judicialmente.
O funcionamento correto do sistema de fiscalização do clube prevê que a diretoria financeira e o Conselho Fiscal apresentem relatórios detalhados sobre as contas do Corinthians ao CORI. Este, por sua vez, é responsável por analisar as finanças e, caso identifique irregularidades, encaminhar denúncias à Comissão de Ética e ao Conselho Deliberativo. Durante a gestão de Andrés Sanchez, porém, esses mecanismos não detectaram os gastos indevidos, levantando suspeitas sobre a conduta de alguns integrantes desses órgãos internos.