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FMF sem recursos para pagar multa do MP após gestão de Aron Dresch zerar as contas

MP executa multa de R$ 660 mil por descumprimento de TAC; FMF alega não ter recurso financeiro

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   Data: 30/05/2025 - Por: Da Redação

A Federação Mato-Grossense de Futebol (FMF) atravessa uma das piores crises de sua história, marcada por problemas financeiros graves, descumprimento de obrigações legais e um impasse judicial que suspendeu a eleição presidencial. A entidade ainda enfrenta uma multa superior a R$ 600 mil por descumprir um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT). Apesar da cobrança judicial, a Justiça não encontrou nenhum valor nas contas bancárias da Federação.

O TAC foi assinado em 2017 com o objetivo de garantir que a FMF cumprisse as exigências do Estatuto do Torcedor e da Lei Pelé, especialmente no que diz respeito à transparência e à estabilidade nos regulamentos dos campeonatos das Séries A e B do Estadual. O acordo prevê, por exemplo, que os regulamentos tenham validade mínima de dois anos, sem alterações, e que permaneçam publicados por quatro anos consecutivos.

Entretanto, uma auditoria feita pelo Ministério Público revelou que a FMF descumpriu as cláusulas, principalmente quanto à vigência mínima dos regulamentos e sua publicação contínua no site oficial. Com base nesse levantamento, o MPMT entrou com uma ação em 2024 pedindo a execução de multa no valor de R$ 660.500,00.

Caixa zerado e sede oferecida como garantia

A situação financeira da FMF se mostrou ainda mais delicada no decorrer do processo judicial em 2025. A própria entidade declarou “hipossuficiência”, afirmando não ter recursos nem para arcar com R$ 13 mil em custas processuais. Como alternativa, a Federação ofereceu sua sede como garantia judicial.

“O perigo decorre da magnitude da execução, uma vez que a FMF não possui condições de quitar o valor, sendo necessário que o Ministério Público efetive a cobrança sobre seu único bem considerável: sua sede”, diz um trecho do processo.

Eleição judicializada e intervenção contestada

Além das dificuldades financeiras, a FMF enfrenta uma crise política. A eleição para a nova presidência, marcada para 3 de maio, foi suspensa por decisão judicial após denúncias de irregularidades no processo. A disputa envolve João Dorileo Leal, representante da chapa “Federação para Todos”, e o ex-presidente Aron Dresch, que tenta um terceiro mandato, embora o estatuto da entidade não permita nova reeleição.

Diante da confusão, a juíza Ana Cristina Mendes nomeou um interventor para comandar a FMF temporariamente. No entanto, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não reconheceu a decisão e tenta designar o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Luciano Dahmer Hocsman, como gestor interino.

Dorileo Leal nega qualquer interferência política em sua candidatura e defende a realização de uma eleição democrática e transparente.

Futuro em risco

Com a eleição indefinida, a falta de recursos para quitar dívidas e pagar servidores, e a desconfiança de patrocinadores e clubes, a FMF corre o risco de comprometer não apenas sua gestão, mas o andamento do futebol profissional em Mato Grosso.

Posição de Aron Dresch

A reportagem tentou contato com Aron Dresch, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. Assim que houver manifestação, o posicionamento será incluído na matéria.