Cuiabá , MT -
-
|
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Um grupo de dirigentes esportivos, após quatro anos de observação direta do futebol mato-grossense sob administração da SAF do Mixto Esporte Clube, elaborou um documento contundente que expõe falhas da atual gestão da Federação Mato-Grossense de Futebol (FMF) e propõe uma nova forma de condução da entidade. O texto é ao mesmo tempo um diagnóstico e uma carta de intenções com o objetivo de reconstruir a relação entre a FMF e seus clubes filiados.
Com o título “Uma Federação para Todos com Clubes Fortes”, o documento reforça o desejo por mudanças estruturais e apresenta um plano de ação voltado ao fortalecimento do futebol em todas as suas esferas no estado.
Os signatários do documento apontam omissões da FMF, especialmente no que diz respeito à liderança e ao suporte técnico e financeiro aos clubes. Uma das principais queixas é a ausência de um diretor de arbitragem desde 2020, comprometendo a organização e o desempenho dos árbitros em competições locais.
Outra crítica recorrente é à estrutura do Campeonato Mato-grossense da Série B, que, por ter um calendário extremamente curto, não oferece retorno esportivo e financeiro compatível com os custos dos clubes. Já a elite do estadual, mesmo com certa estrutura, impõe exigências como a cessão de direitos de transmissão e publicidade em uniformes, oferecendo em troca apenas logística básica.
O futebol de base também foi citado como abandonado: a falta de um calendário anual para as categorias Sub-11 a Sub-20 inviabiliza o surgimento de novos talentos. Situação semelhante vive o futebol feminino, mesmo com incentivos legais como a lei “Mato Grosso na Série A” e a expectativa em torno da Copa do Mundo Feminina de 2027, que terá Cuiabá como uma das sedes.

O documento não se limita às críticas. Ele apresenta um conjunto de propostas que, segundo os autores, poderá revolucionar a gestão da FMF e impulsionar o futebol em todo o estado:
Transparência total nos contratos da FMF, inclusive os de transmissão e patrocínio.
Criação de leis de incentivo fiscal ao torcedor, com desconto em ingressos mediante apresentação de nota fiscal.
Captação ativa de patrocínios para todas as divisões e categorias de base.
Transmissão de jogos das categorias Sub-17 e Sub-20, ampliando a visibilidade dos jovens atletas.
Fomento ao futebol feminino, com calendário completo e competições regulares, inclusive de base.
Reestruturação da arbitragem, com a contratação de um diretor técnico qualificado com mandato de dois anos.
Retomada da Copa Centro-Oeste, por meio de articulação com a CBF e outras federações da região.
Volta da Copa FMF, para atletas Sub-23, oferecendo calendário e visibilidade aos clubes que não disputam o Campeonato Brasileiro.
Criação de um departamento técnico de projetos, com foco em captação de recursos e prestação de contas.
Apoio à infraestrutura, com foco na melhoria de gramados e estádios.
Redução de taxas e revisão de dívidas dos clubes com a FMF.
Criação de subsedes regionais para descentralizar os serviços da Federação.
Gestão colegiada, com participação dos clubes nas decisões da entidade.
Segundo os autores, a proposta visa não apenas reestruturar a FMF, mas também devolver protagonismo ao futebol mato-grossense. “Com transparência, diálogo e compromisso com os clubes, é possível fazer uma gestão moderna e democrática, onde todos ganham: clubes, atletas, torcedores e a sociedade”, conclui o texto.
