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Cuiabá , MT - -


Presidente do Cuiabá clama por medidas contra dívidas e aponta desorganização nos clubes

Cristiano Dresch vê implementação do fair play financeiro ainda distante e disse que regras mais rígidas contra calote fogem do interesse geral

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   Data: 16/10/2024 - Por: Da Redação

Cristiano Dresch, presidente do Cuiabá, denunciou a fragilidade do sistema do futebol brasileiro que permite a geração de dívidas entre clubes. Em meio às críticas ao Corinthians pela venda do volante Raniele, Dresch pediu a criação de novas regras para evitar a inadimplência.

Em uma conversa com o ge, ele sugeriu que os times que não pagarem suas contratações não possam escalar os jogadores em campo. Além disso, ele não quis justificar a luta contra o rebaixamento apenas pela crise financeira, destacando que clubes com menor investimento também têm um papel no contexto.

— O sistema do futebol precisa de uma correção. Precisamos de uma regra que impeça que jogadores não pagos sejam utilizados, pois isso prejudica equipes como o Cuiabá, que ficam sem seus ativos e, consequentemente, sem pontos e receitas. A nossa situação atual (zona de rebaixamento) não é exclusivamente culpa disso, mas cria um ambiente mais desafiador.

Dresch também ressaltou que o futebol precisa de clubes como Cuiabá, Criciúma e Sport para se manter viável, e pediu por maior investimento. A diretoria do Cuiabá ainda espera receber valores do Atlético-MG pela venda de Deyverson, com pendências financeiras. Quando questionado sobre a possibilidade de um fair play financeiro, ele considerou essa ideia como uma meta distante e criticou a desorganização dos clubes.

— No Brasil, ainda estamos muito longe de implementar isso. As tentativas de formação de uma liga não deram certo porque os clubes não conseguem se unir. Não é culpa da CBF ou da FIFA, mas dos clubes que não se organizam. Para instaurar o fair play financeiro, é preciso que as equipes se entendam. Limitar gastos é um desafio, mas os clubes não podem realizar contratações sem pagamento. Isso é uma solução simples.

Dresch também defendeu a CBF, afirmando que a responsabilidade pelas dívidas é dos clubes, que não demonstram interesse em adotar medidas rígidas. Ele mencionou a venda de Marquinhos ao APOEL, onde a FIFA teve que intervir para resolver a falta de pagamento.

— O problema não é da CBF, que age de acordo com as decisões dos clubes. A razão pela qual não existem regras mais eficazes de cobrança é a falta de interesse das equipes. No caso do Marquinhos, o APOEL pagou após a intervenção da FIFA. Essa situação pode inspirar clubes a adotarem práticas financeiras mais responsáveis.

— Não adianta o torcedor do Corinthians ficar chateado comigo; a preocupação deles deve ser com o futuro do clube. Não quero que o Cuiabá enfrente essa situação, por isso faço sacrifícios diariamente para mantê-lo funcionando.