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Remador paralímpico que perdeu bronze por esquecimento de celular no barco busca recuperar medalha na justiça

Caso de paratleta italiano pode abrir margem para uma contestação da penalidade na Corte Arbitral do Esporte, na Suíça

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   Data: 03/09/2024 - Por: Da Redação

O remador italiano Giacomo Perini, que competiu na prova de skiff simples PR1 nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, viu sua alegria pela conquista da medalha de bronze ser interrompida por um motivo inesperado: ele foi desclassificado por ter deixado seu celular dentro do barco durante a prova.

As regras da competição são claras: não é permitido o uso de dispositivos de comunicação durante as provas. Perini, de 28 anos, defendeu-se alegando que não utilizou o celular em nenhum momento durante a competição, chegando a mostrar ao júri as últimas ligações e mensagens enviadas no dia anterior à prova.

No entanto, a Federação Internacional de Remo considerou que o atleta violou o artigo 28, parágrafo 5, alínea "a" do Apêndice R2 de seu Estatuto, que proíbe qualquer tipo de comunicação eletrônica durante as provas. Matheus Laupman, advogado do Ambiel Advogados e especialista em Direito Desportivo, destaca que a situação é complexa e precisa ser analisada com cuidado.

"O artigo em questão proíbe o uso de equipamentos eletrônicos para comunicação durante a prova, mas o atleta afirma que não utilizou o aparelho. Se ele decidir contestar a punição, provavelmente baseará sua defesa nesse ponto", explica Laupman.

Perini pode recorrer da decisão à Corte Arbitral do Esporte (TAS/CAS), em Lausanne, na Suíça, buscando a reversão ou anulação da decisão que lhe retirou a medalha. “O artigo 65 do Estatuto prevê que, em casos como este, as alegações devem se basear em princípios fundamentais de direito ou nas disposições estatutárias”, afirma o advogado. “Se a Corte decidir a seu favor, a medalha poderá ser devolvida ao atleta italiano”.

Felipe Crisafulli, especialista em Esportes e Entretenimento, observa que é difícil prever o desfecho do caso. "A violação parece ser de natureza objetiva, o que significa que discussões sobre intenção ou culpa podem não ter grande peso. Contudo, é possível que a defesa do atleta traga esses pontos à tona, argumentando que o esquecimento do celular no barco não teve impacto no resultado da prova ou na competição como um todo", explica Crisafulli.

O resultado deste caso pode estabelecer um precedente importante no esporte paralímpico, sublinhando a importância do cumprimento rigoroso das regras, mas também garantindo que atletas tenham a oportunidade de contestar decisões em situações excepcionais.