Cuiabá , MT -
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O Juizado Especial do Torcedor, sob a liderança da juíza Patrícia Ceni, tem imposto obstáculos para que torcidas organizadas acompanhem os jogos de suas equipes com faixas e bateria para incentivar seus times. Neste ano, as regras tornaram-se mais rígidas, e as autorizações estão sendo barradas ou nem mesmo analisadas.
Os ofícios com pedido de autorização agora incluem detalhes como tipos de instrumentos, nomes completos e números de documentos de todos os integrantes que tocarão. Eles assumem a responsabilidade caso algum instrumento ou acessório, por exemplo, seja arremessado no campo.
Até o ano passado, os ofícios eram protocolados com até 24 horas de antecedência na Federação Mato-grossense de Futebol, e as autorizações eram concedidas.
Neste ano, os torcedores foram surpreendidos com a notícia de que os ofícios devem ser protocolados com 48 horas de antecedência.
"No nosso primeiro jogo em casa, contra o Luverdense, não entramos com faixas ou bateria por conta do tempo. Ninguém avisou, não houve um comunicado prévio de que teria que ser com 48 horas de antecedência", relatou um dos líderes da torcida organizada Boca Suja, Luiz Fernando, conhecido como Grilo.
Nos jogos seguintes do Mixto na Capital, contra Academia e Cuiabá, os ofícios foram protocolados no novo prazo estabelecido e deferidos.
Já para o jogo contra o Araguaia, realizado neste domingo (11), em que o Mixto era visitante, o ofício foi protocolado na FMF no dia 7 de fevereiro, ou seja, 4 dias antes do jogo, já de olho na redução do expediente por conta do Carnaval. Mesmo assim, não houve análise por parte do Juizado. Com isso, os responsáveis pela organização do jogo barraram a entrada dos instrumentos.
"Ficamos sem entender. Cumprimos todas as exigências dentro do prazo e fomos impedidos de ter nossas barradas empurrando o time. Isso atrapalha tanto a torcida quanto reduz o incentivo aos nossos jogadores", lamentou Grilo. A direção da torcida informou que o presidente do Mixto também protocolou um ofício semelhante no Juizado do Torcedor dentro do prazo estabelecido.
A diretoria da Boca Suja espera que, na próxima quarta (14), contra o Dom Bosco, ocorra a liberação dos instrumentos e faixas da torcida. O ofício também foi protocolado no dia 7, para haver tempo hábil de liberação, já que estamos no período de Carnaval.
"Pedem tanto para o torcedor ir aos jogos, mas estão tentando impedi-los de torcer. Futebol é paixão, a torcida canta, vibra, incentiva e cobra o time. Mas aqui estão fazendo o contrário e parecem que querem menos torcedores no estádio", lamentou o líder da organizada.
Segundo informações, torcedores do Dom Bosco, Operário-VG e Cuiabá estão enfrentando problemas semelhantes. As diretorias das equipes estão buscando uma forma de atuar para garantir o uso de instrumentos por parte de suas torcidas nas partidas.