O Palmeiras apresentou uma atuação sonolenta e pouco inspirada nesta quarta-feira perante sua torcida no Allianz Parque. Beneficiando-se da goleada de 4 a 0 no jogo de ida, a equipe alviverde reduziu seus esforços e, ainda assim, conseguiu assegurar a passagem para as semifinais da Copa Libertadores, empatando sem gols com o colombiano Deportivo Pereira.

Ao longo das partidas eliminatórias desta edição da Libertadores, o Palmeiras ainda não conseguiu balançar as redes em casa. O time não saiu do zero também contra o Atlético-MG. A atuação desanimada, no entanto, não impediu que o clube atingisse um marco histórico, igualando o recorde do Santos de Pelé ao alcançar a sua quarta semifinal consecutiva. O feito havia sido estabelecido pelo time da Vila nas edições de 1962, 1963, 1964 e 1965.

O início sonolento da partida estava em sintonia com a ampla vantagem obtida pela equipe alviverde no confronto de ida, que havia terminado com uma vitória por 4 a 0. O técnico Abel realizou modificações na formação, optando por três zagueiros e apenas dois atacantes. No entanto, a falta de profundidade nas jogadas eliminou um dos principais atributos do time palmeirense. López, por outro lado, conseguiu elaborar boas jogadas, mas demorou a se sincronizar com os movimentos de Rony. A defesa, como é de praxe, permaneceu sólida. O Palmeiras não conseguiu controlar o jogo como fizera no primeiro encontro e teve dificuldade em ameaçar o goleiro adversário.

Nem mesmo a atmosfera intensa da torcida, que se animava nos momentos cruciais, conseguiu afugentar a sonolência dos jogadores. López, que recebeu uma das poucas oportunidades como titular, fez inúmeras tentativas, mas sem êxito. Murilo, de cabeça, também chegou perto de marcar.

O Deportivo Pereira se soltou no confronto e apresentou desafios para Weverton com chutes de longa distância, além de ter exigido reflexos em uma conclusão de Zuluaga dentro da área. Aos 44 minutos, o travessão veio em auxílio do Palmeiras, após uma jogada brilhante e um arremate de Ángelo Rodríguez.

O placar inalterado espelhou fielmente o que foi o primeiro tempo. Nenhum dos times parecia disposto a se entregar na partida. Os colombianos aproveitaram momentos de desatenção para encontrar espaços. O único protagonista evidente da tensão era Abel, que estava descontente com as decisões da arbitragem desde os primeiros instantes.

A expectativa de contar com laterais mais proeminentes no ataque, ao substituir os pontas tradicionais e utilizar três zagueiros, não se concretizou como planejado. Portanto, no intervalo, Abel optou por Mayke e Vanderlan nos lugares de Marcos Rocha e Piquerez. Essa alteração tornou o Palmeiras mais aguerrido, mais incisivo no ataque e revigorou Raphael Veiga. Até Rony voltou a tentar sua famosa bicicleta.

Ainda insatisfeito, o técnico português optou por trazer Endrick e Artur ao campo, poupando os titulares Veiga e Rony. Entretanto, os erros de passe complicaram a eficácia do Palmeiras no ataque. Ríos assumiu o papel de criador, mas definitivamente não foi uma noite favorável para os donos da casa. Artur também demonstrou mais uma vez a necessidade de aprimorar suas finalizações.

Weverton se destacou ao evitar que jogadas perigosas do Deportivo Pereira resultassem em gols, com defesas precisas. Desde a entrada de Endrick em campo, Quintero tornou-se um adversário constante. O zagueiro caçou o jovem atacante desde o começo e acabou sendo expulso após cometer faltas consecutivas e receber o segundo cartão amarelo.

Com um jogador a mais, o Palmeiras cresceu no jogo. Endrick, que já está com sua transferência assegurada para o Real Madrid, teve boas chances para marcar. Atendendo aos pedidos da torcida, Abel deu a oportunidade ao jovem Kevin, de 20 anos. Contudo, o tempo escasso de jogo não favoreceu o seu desempenho, e o Palmeiras não conseguiu encontrar a agitação necessária para sair de seu estádio com a vitória.

Ficha técnica

PALMEIRAS x DEPORTIVO PEREIRA

PALMEIRAS – Weverton; Gómez, Luan e Murilo; Marcos Rocha (Mayke), Zé Rafael, Richard Ríos e Piquerez (Vanderlan); Raphael Veiga (Artur), Rony (Endrick) e Flaco López (Kevin). Técnico: Abel Ferreira.

DEPORTIVO PEREIRA – Quintana; Monroy, Garcés, Quintero, Carlos Ramírez e Fory; Zuluaga (Valencia), Murillo (Congo) e Bocanegra (Medina); “Rocky” Balboa (Perea) e Ángelo Rodríguez. Técnico: Alejandro Restrepo.

CARTÕES AMARELOS – Bocanegra e Murillo. CARTÃO VERMELHO – Quintero. ÁRBITRO – Cristián Garay (CHI). PÚBLICO: 37.785 torcedores. RENDA: R$ 3.641.343,19. LOCAL: Allianz Parque, em São Paulo.