Cuiabá , MT -
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Lais Souza, ex-ginasta e medalhista dos Jogos Pan-Americanos, bravamente compartilhou sua experiência de abuso sexual e vulnerabilidade desde o momento em que se tornou tetraplégica. Durante uma conversa com o influenciador Rodrigo Mussi, Lais revelou ter sido vítima de abusos sexuais por parte de cuidadores, além de ter sofrido furtos.
"Eu tive que aprender a ler as pessoas, observar atitudes e fazer perguntas de uma maneira específica para identificar algo errado, mas muitas vezes é impossível. Já fui abusada na infância, aos 4 anos. Após meu acidente, minha vulnerabilidade aumentou. Os abusos foram surpreendentes. Eu estava deitada, dormindo... Sem perceber o que estava acontecendo. Minha sensibilidade corporal não é completa e as pessoas se aproveitaram disso. Se eu estivesse deitada de barriga para baixo, não saberia o que estava acontecendo, e tenho muitos procedimentos que devo fazer nessa posição", compartilhou Lais.
Ela explicou que contava com quatro cuidadores, porém, uma proporção considerável deles não eram profissionais confiáveis. "De cada dez, quatro não eram adequados", afirmou Mussi, relatando uma conversa com a assessora de Lais.
Os abusos aconteciam principalmente quando Lais estava prestes a dormir, e os abusadores não possuíam um perfil específico de gênero ou orientação sexual. Lais enfatizou que é importante que a sociedade, especialmente os homens heterossexuais, ouçam essas histórias. "Nosso corpo é nosso santuário e não deve ser invadido", afirmou.
A ex-ginasta admitiu que denunciar os abusos foi uma experiência assustadora. Embora não tenha sofrido ameaças diretas, ela mencionou incidentes de furtos e agressões físicas, como chacoalhões, que marcaram os anos seguintes. "Eu simplesmente denunciei. Alguns casos me assustaram, confesso. Tive medo de que alguém viesse atrás de mim e me machucasse. Foi apenas medo, não houve ameaças. Além dos abusos, houve pequenos furtos em minha casa. Uma vez, enquanto estava na Disney, um jovem que cuidava de mim me chacoalhou."
Em janeiro de 2014, durante um treinamento para os Jogos Olímpicos de Inverno de Sóchi, Lais sofreu um acidente que resultou em uma lesão na coluna cervical, deixando-a tetraplégica. Desde então, ela necessita de cuidados intensivos. Atualmente, Lais se dedica a dar palestras e às artes plásticas, mostrando sua força e resiliência diante das adversidades.