Alguns até discutem o fato de que o salário mínimo ter subido 11,67% seja muito pouco, mas vamos refletir um pouco sobre a principal máquina propulsora do país que são as empresas e que estão tendo que arcar com isto perante os acordos sindicais para reajuste do salário de seus empregados. O vale transporte ao que tudo indica terá um aumento de 22,58%, só ai já temos reajustes que beiram 35% para os empresários arcarem, fora os tributos que o Estado vem alterando e com Decretos e mais Decretos, como os Decretos ICMS/MT 380/2015 a 386/2015, que eleva em muito a incidência e o percentual do ICMS para os contribuintes deste no Estado.

Fora tudo isso vem à crise da demanda, com alta de preço nos supermercados, combustíveis e no vestuário, atacadista e varejista a demanda tem diminuído, as pessoas tem procurado economizar e comprar por atacado ou às vezes postergar a compra, prova disto são as inúmeras lojas e departamentos fechando as portas ou utilizando se da famosa e atual “recuperação judicial”, que em sua maioria acabam só postergando a falência.

Um outro aspecto admirável neste momento e que reflete a atual situação é a mudança no mercado de automóveis, onde se vê novamente o aquecimento da venda de carros usados e o desaquecimento, depois de anos de ouro com o IPI reduzido, o Governo novamente interferiu no trabalho das montadoras voltando a aumentar a alíquota deste fazendo com que este aumento fosse repassado ao consumidor, causando com isto um caminho paralelo para um mercado que não para de crescer, o de carros usados, as garagens de veículos deste tipo tem tido dificuldades devido à demanda ser maior que a oferta.

Neste mesmo sentido temos mercado imobiliário que vem sofrendo após a Copa do Mundo, não podemos afirmar que vivenciamos uma bolha e que se criou um novo “Wall Street” em Mato Grosso e no Brasil, mas certamente a situação que estávamos vivendo era irreal para uma economia subdesenvolvida e com tantos problemas de administração econômica, o reflexo disso são as projeções pelo setor de queda em aproximadamente de 20% da venda de imóveis para 2016 com devido às dificuldades impostas para obtenção de crédito e também com a diminuição do número de empreendimentos lançados e em construção.

Frente a estes cenários, a palavra do momento é Planejamento, este precisa ser feito em todos os setores das pessoas jurídicas e também das pessoas físicas, se antecipar a gastos, renegociar dívidas, reduzir impostos, comprar o necessário, nesta situação de desvalorização da nossa moeda é imprescindível que se aprenda a viver com o que tem e segure um pouco os investimentos ou invista em algo extremamente rentável e confiável para não correr o risco de como várias empresas ir à falência ou pessoas físicas solicitar crédito e pagar altas taxas de juros por isso.

Um país mais limpo e democrático já se observa com estas inúmeras prisões que estão havendo, nos falta ser um país mais independente do Governo para tomar as decisões para crescimento econômico, muito se fala dos regimes ditadores (Venezuelano), mas deixo a reflexão, o que nos diferencia destes na manutenção da economia nacional? Somos tão democráticos assim como nos apresentamos?

Ederaldo José Pereira de Lima é de Cuiabá. Formado em Ciências Contábeis - ICE, Especialista em Contabilidade Gerencial com Ênfase em Auditoria e Perícia - UNIC; Especialista em Didática do Ensino Superior - UNIC, Mestrando em Ciências Contábeis pela Fucape Business School, Professor Pesquisador da Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT, Coordenador e Professor das Faculdades Integradas Sociais e Humanas – ICE, Diretor de Imprensa e Comunicação do Sindicato dos Profissionais de Contabilidade/MT – SINCON/MT, Coordenador da Comissão de Jovens Lideranças do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de Mato Grosso. Email - ederaldogt@hotmail.com